Mari Doula

Como Funciona o Parto: Desvendando o Grande Momento do Nascimento

A gestação é uma jornada repleta de transformações e expectativas, resultando no grande momento do nascimento. Para muitas futuras mamães e papais, a dúvida sobre como funciona o parto é uma das maiores fontes de curiosidade e, por vezes, de ansiedade. Entender as fases do trabalho de parto e o que esperar de cada uma delas pode trazer mais segurança e confiança para essa experiência única.

Longe de ser um evento linear ou previsível, o parto é um processo fisiológico complexo e maravilhoso, orquestrado pelo corpo da mulher e pelo bebê em um ritmo próprio. Desmistificar o funcionamento do parto é essencial para que você se sinta mais preparada e empoderada para vivenciar esse momento com tranquilidade e protagonismo. Vamos juntos explorar cada etapa, desde os primeiros sinais até a chegada do seu bebê!

Os Sinais de que o Parto Está Próximo: Quando Ficar de Olho?

Antes de saber exatamente como funciona o parto, é importante reconhecer os sinais de que ele está se aproximando. Nem todas as mulheres experimentam todos os sinais, e a ordem pode variar, mas alguns são mais comuns:

  1. Contrações de Treinamento (Contrações de Braxton Hicks): Elas podem começar semanas antes do parto. São contrações irregulares, geralmente indolores ou com leve desconforto, que preparam o útero. Diferente das contrações de trabalho de parto, elas não aumentam em intensidade, frequência ou duração e podem desaparecer com repouso ou mudança de posição.
  2. Perda do Tampão Mucoso: O tampão mucoso é uma secreção gelatinosa, às vezes tingida de sangue, que fecha o colo do útero durante a gravidez. Sua perda indica que o colo está começando a se modificar, mas não significa que o parto é iminente; pode acontecer dias ou até semanas antes.
  3. Bolsa Rompida (Ruptura da Bolsa das Águas): Este é um sinal mais definitivo. Pode ser um jato de líquido ou um gotejamento contínuo. A maioria das mulheres entra em trabalho de parto dentro de 24 horas após o rompimento da bolsa. É importante procurar o hospital ou maternidade assim que a bolsa romper, para avaliar a cor do líquido e o bem-estar do bebê.
  4. Encaixe do Bebê: Para algumas mulheres, especialmente as de primeira viagem, o bebê pode “baixar” para a pelve nas últimas semanas, aliviando a pressão sobre o diafragma, mas aumentando a pressão na bexiga.
  5. Diarréia, Náuseas ou Vômitos: Algumas mulheres podem sentir esses sintomas antes do início do trabalho de parto devido às mudanças hormonais.
  6. Aumento da Pressão na Pelve e Dor Lombar: À medida que o colo do útero se afina e o bebê se encaixa, a pressão na pelve e as dores lombares podem se intensificar.

As Fases do Trabalho de Parto: Uma Dança Coordenada

O trabalho de parto é dividido em três fases principais, e cada uma delas tem suas particularidades:

Fase 1: Dilatação do Colo do Útero

Esta é a fase mais longa do trabalho de parto e é crucial para o nascimento do bebê. O colo do útero, que esteve fechado e rígido durante a gravidez, começa a afinar (apagamento) e a se abrir (dilatação) para permitir a passagem do bebê.

  • Fase Latente (ou Pródromos):
    • Como funciona: É o início do trabalho de parto. As contrações começam a ficar mais regulares, mas ainda são espaçadas (a cada 5-20 minutos) e podem não ser muito intensas. O colo do útero começa a dilatar de 0 a aproximadamente 3-5 centímetros. Pode durar horas ou até dias, especialmente em gestantes de primeira viagem. Muitas mulheres conseguem permanecer em casa durante essa fase, realizando atividades leves e descansando.
    • O que fazer: Tentar relaxar, tomar um banho morno, fazer caminhadas leves, assistir a um filme, dormir. Alimentar-se bem e manter-se hidratada é fundamental. Essa é a fase ideal para buscar o apoio da sua doula, que pode te dar orientações para o conforto e te ajudar a identificar se o trabalho de parto está progredindo. A Mari Doula pode te ajudar a gerenciar essa fase com tranquilidade.
  • Fase Ativa:
    • Como funciona: As contrações se tornam mais fortes, mais longas (45-60 segundos) e mais frequentes (a cada 3-5 minutos). Elas exigem mais foco e respiração. O colo do útero dilata de 3-5 cm até 7-8 cm. É geralmente nessa fase que a mulher é internada no hospital ou na casa de parto, ou onde o acompanhamento domiciliar se intensifica.
    • O que fazer: Usar técnicas de alívio da dor não-farmacológicas, como massagens, bola de parto, banho morno, movimentação livre, vocalização. A doula é fundamental aqui, oferecendo apoio contínuo, sugestões de posições e encorajamento. O parceiro também tem um papel importantíssimo. Essa é a fase em que o trabalho de parto realmente “engrena”.
  • Fase de Transição:
    • Como funciona: Esta é a fase mais intensa, mas geralmente a mais curta, indo de 7-8 cm até a dilatação total (10 cm). As contrações são muito fortes e próximas, e a mulher pode sentir uma pressão intensa na pelve, vontade de empurrar, tremores, náuseas e uma sensação de que não vai conseguir.
    • O que fazer: Manter o foco na respiração, aceitar as sensações, e seguir as orientações da doula e da equipe. É o clímax do trabalho de parto, indicando que o nascimento está muito próximo. O apoio contínuo da doula e do parceiro é crucial neste momento.

Fase 2: O Período Expulsivo (Nascimento do Bebê)

Com a dilatação total (10 cm), o colo do útero está completamente aberto, e o bebê pode começar a descer pelo canal de parto.

  • Como funciona: As contrações continuam fortes, mas agora são acompanhadas de uma vontade irresistível de empurrar, como uma vontade de evacuar. Essa é a força que impulsiona o bebê para fora. A mulher tem liberdade para escolher a posição que lhe for mais confortável para parir (de cócoras, de quatro apoios, lateral, sentada, etc.). A equipe médica ou parteira monitora o bem-estar da mãe e do bebê, e auxilia na saída do bebê.
  • O que fazer: Seguir os instintos do corpo para empurrar, com a orientação da equipe. Respeitar o próprio ritmo. A doula pode oferecer apoio físico para as posições e encorajamento verbal. A duração dessa fase varia muito, de minutos a algumas horas.

Finalmente, com as forças da mãe e a colaboração da equipe, o bebê nasce! É o momento mais esperado, o encontro com o seu pequeno. O contato pele a pele imediato é fundamental, pois fortalece o vínculo, regula a temperatura do bebê e estimula a primeira mamada. O clampeamento tardio do cordão umbilical também é uma prática humanizada importante, pois permite que o bebê receba todo o sangue rico em nutrientes da placenta.

Fase 3: Dequitação da Placenta (Saída da Placenta)

Após o nascimento do bebê, o trabalho de parto ainda não acabou.

  • Como funciona: As contrações diminuem de intensidade e frequência, mas são necessárias para descolar a placenta da parede do útero. Em alguns minutos ou até uma hora após o nascimento do bebê, a placenta é expulsa. A equipe verifica se a placenta saiu por completo e se o útero está contraindo adequadamente para evitar hemorragias.
  • O que fazer: Continuar relaxando, curtir o bebê no contato pele a pele. A maioria das mulheres mal percebe essa fase, focadas no recém-nascido.

Como Funciona o Parto Humanizado: O Protagonismo da Mulher

Entender como funciona o parto também passa por compreender a filosofia do parto humanizado. Diferente do modelo intervencionista que muitas vezes se vê em filmes, o parto humanizado valoriza a fisiologia, o tempo do corpo da mulher e as suas escolhas.

  • Ambiente Acolhedor: Luzes baixas, música suave, liberdade para se movimentar.
  • Liberdade de Posição: A mulher pode escolher as posições que mais a confortam durante o trabalho de parto e para o nascimento (de cócoras, de quatro apoios, em pé, na banheira, etc.).
  • Métodos Não-Farmacológicos de Alívio da Dor: Massagens, compressas, banhos quentes, aromaterapia, respiração e vocalização. A doula tem um papel essencial aqui, aplicando essas técnicas e oferecendo conforto contínuo.
  • Apoio Contínuo: A presença da doula e do parceiro é encorajada e valorizada, oferecendo suporte emocional, físico e informativo em todas as fases.
  • Mínima Intervenção: Evita-se a episiotomia de rotina, manobras como a de Kristeller, e o uso desnecessário de ocitocina sintética. Intervenções só são realizadas quando há uma real necessidade médica e com o consentimento da mulher.
  • Respeito ao Bebê: Contato pele a pele imediato, clampeamento tardio do cordão e estímulo à primeira mamada.

O parto humanizado não significa “parto sem dor” ou “parto em casa”. Ele significa um parto com respeito, informação e protagonismo da mulher. Para saber mais sobre isso, confira nosso artigo Parto Humanizado: Muito Além da Banheira, Uma Experiência Respeitosa e Segura. 

A Importância da Equipe de Apoio: Médicos, Parteiras e Doulas

Para que o parto funcione da melhor forma possível, é fundamental ter uma equipe de apoio alinhada com seus desejos e com a filosofia do parto humanizado.

  • Médico Obstetra/Enfermeira Obstétrica/Obstetriz: São os profissionais de saúde responsáveis pelo acompanhamento clínico da gestação e do parto. Eles monitoram a saúde da mãe e do bebê, fazem as intervenções necessárias e garantem a segurança.
  • A Doula: A doula é sua grande parceira nessa jornada. Ela oferece o apoio contínuo, emocional, físico e informativo. Ela te ajuda a entender como funciona o parto na prática, alivia a dor com métodos não-farmacológicos, te encoraja e serve como uma ponte de comunicação com a equipe médica. A presença da doula comprovadamente melhora os resultados do parto, reduzindo o uso de analgesia, o tempo de trabalho de parto e as taxas de cesariana. Para saber mais sobre como a doula pode te ajudar, veja Doula e Parteira: Entenda as Diferenças Essenciais para a Sua Gestação .
  • O Parceiro/Acompanhante: O papel do pai ou do acompanhante de escolha é insubstituível. Com o apoio da doula, ele pode se sentir mais preparado para oferecer o suporte afetivo e prático necessário.

Essa equipe multidisciplinar trabalha em conjunto para que você se sinta segura, respeitada e confiante durante todo o processo.

Mitos e Verdades sobre Como Funciona o Parto

Ainda existem muitos mitos sobre o parto. Vamos desmistificar alguns deles:

  • Mito: O parto é sempre uma dor insuportável.
    • Verdade: A dor é uma parte do processo, mas pode ser gerenciada com técnicas de alívio, suporte contínuo e, se necessário, analgesia. A experiência da dor é subjetiva e pode ser transformada com o preparo e apoio adequados.
  • Mito: O parto sempre começa com o rompimento da bolsa.
    • Verdade: Apenas uma pequena porcentagem dos partos começa com a ruptura da bolsa. Na maioria das vezes, o trabalho de parto começa com as contrações.
  • Mito: Você precisa gritar e fazer força o tempo todo.
    • Verdade: Gritar pode gastar energia desnecessariamente. O importante é vocalizar se sentir vontade e empurrar de acordo com o instinto do seu corpo, seguindo as orientações da equipe.
  • Mito: Parto normal é sempre melhor que cesariana.
    • Verdade: O parto vaginal é a via de parto fisiológica e a mais recomendada para gestações de baixo risco. No entanto, a cesariana é uma cirurgia que salva vidas quando há indicação médica. O importante é que a escolha seja informada e a decisão seja tomada em conjunto com a equipe médica, priorizando a segurança de mãe e bebê.
  • Mito: Não se pode comer ou beber durante o trabalho de parto.
    • Verdade: Para gestações de baixo risco, é recomendado que a gestante se mantenha hidratada e coma alimentos leves e de fácil digestão, pois o trabalho de parto exige muita energia.

Preparando-se para o Grande Dia: Dicas Essenciais

Saber como funciona o parto é o primeiro passo para se preparar. Além disso, algumas dicas práticas podem fazer a diferença:

  1. Faça um Plano de Parto: Converse com sua equipe (médico/parteira e doula) sobre suas preferências para o trabalho de parto e o nascimento. O plano de parto é uma ferramenta de comunicação importante.
  2. Participe de Cursos de Preparação: Cursos de gestantes e casais podem oferecer informações valiosas sobre o trabalho de parto, técnicas de respiração, amamentação e cuidados com o bebê.
  3. Mantenha-se Ativa: Exercícios específicos para gestantes (yoga, pilates, caminhada) podem ajudar a preparar seu corpo para o parto, fortalecer o assoalho pélvico e melhorar a circulação.
  4. Descanse: O trabalho de parto exige muita energia. Tente descansar bem nas últimas semanas da gravidez.
  5. Confie em seu Corpo: O corpo da mulher é incrivelmente sábio e preparado para parir. Confie em seus instintos e na sua capacidade.
  6. Contrate uma Doula: A Mari Doula pode te acompanhar em cada etapa, oferecendo o suporte emocional, físico e informativo que você precisa para vivenciar um parto tranquilo e consciente. É um investimento no seu bem-estar e na sua experiência.

Conclusão: O Parto é uma Experiência Única e Empoderadora

Entender como funciona o parto é mais do que conhecer as fases fisiológicas; é compreender que se trata de uma experiência única e profundamente pessoal. É um processo que envolve o corpo, a mente e o espírito da mulher, e que merece ser vivido com respeito, apoio e protagonismo.

Ao se informar, escolher uma equipe que te apoie e, especialmente, contar com a presença contínua de uma doula, você estará dando os passos essenciais para transformar a jornada do parto em um momento de empoderamento e celebração. A dor pode vir, o desafio pode aparecer, mas com as ferramentas certas e o apoio adequado, você estará pronta para acolher seu bebê nos braços da maneira mais amorosa e segura possível.

A Mari Doula está aqui para te guiar nessa jornada. Que tal conversar com a Mari para entender como a doulagem pode te ajudar a se preparar e vivenciar o parto dos seus sonhos? Clique aqui para agendar sua consulta e dar o primeiro passo rumo a uma experiência de nascimento inesquecível! Não deixe de seguir a Mari nas redes sociais para ficar por dentro de todas as dicas e informações valiosas sobre gestação, parto e maternidade!

Um comentário

  1. […] Redução do Medo e da Ansiedade: Conhecer e confiar no próprio corpo diminui o medo do parto, que é um grande bloqueador do processo fisiológico. Uma mente mais calma permite que a ocitocina (o hormônio do parto) atue livremente. Para saber mais sobre como lidar com o medo do parto, confira o artigo Como Funciona o Parto: Desvendando o Grande Momento do Nascimento. […]

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